Operacionais do SANAS Madeira em formação internacional

O SANAS Madeira conta, desde o final do mês passado, com novas capacidades no que diz respeito à gestão de emergência em teatros de operações no meio aquático.

Realizou-se em Fareham, no Joint Rescue Coordination Centre (JRCC) da HM Coastguard (Guarda Costeira do Reino Unido), o curso de Maritime Mass Rescue Operations – Subject-Matter Expert. Com formadores da maior e mais poderosa guarda costeira do mundo, a US Coastguard (Guarda Costeira Americana), dois elementos do Comando Operacional da Associação Madeirense para Socorro no Mar estão agora certificados como operacionais com conhecimento especializado na matéria de acidentes com grande número de vítimas em meio aquático. Estes acidentes, que em meio aquático são definidos como Mass Rescue Operations (MRO), caracterizam-se pela necessidade de uma resposta imediata a um grande número de pessoas em perigo, em que as capacidades habituais das entidades de busca e salvamento são inadequadas. Além de ser necessária uma resposta imediata e em grande escala, é vital reconhecer a importância da atribuição de certas e determinadas funções e responsabilidades aos corretos intervenientes.

A intensificação do tráfego marítimo e aéreo na Região Autónoma da Madeira, as embarcações que registam, numa base quase diária, recordes do número de passageiros, o crescente número de visitantes que aterram no Aeroporto Internacional da Madeira, no Aeroporto do Porto Santo e situações recentes que, apesar da evolução da tecnologia, mostram que os acidentes continuarão a acontecer, levam-nos a enfrentar com grande seriedade este assunto”, afirma o Comandante do Corpo Operacional, reiterando que “a busca por mais e melhor formação permite-nos abrir horizontes e aproveitar a experiência de outras instituições que já estiveram envolvidas nestes cenários de complexidade extrema para, adaptando à especificidade da nossa realidade, prepararmo-nos da melhor maneira para responder a um evento desta envergadura”.

Um facto inegável é a abrangência que estes acidentes em larga escala possuem pois “além de esgotarem recursos pelo elevado número de vítimas no teatro de operações e por se estenderem largamente no tempo, exigem uma colaboração interinstitucional, não só na prestação do socorro pré-hospitalar no local, como também na receção, encaminhamento e tratamento dos afetados quando são transportados para terra”. Incontestável é a necessidade de “um trabalho de equipa para não só se garantir uma prestação da assistência de forma diligente como também a articulação entre diversas entidades na resolução do incidente”, sendo necessário criar, executar e atualizar planos de intervenção, “de conhecimento obrigatório a todos aqueles que serão chamados a responder, onde se explana informações relevantes ao empenho e resposta dos diversos intervenientes. É garantido que perante um MRO juntos seremos sempre poucos, mas críticos na melhor resolução desse evento”, conclui Angelo Abreu.

Fotos: International Maritime Rescue Federation – IMRF